terça-feira, 27 de março de 2012

Um quase

E depois de tanto tempo. Depois de datas marcadas não chegadas, promessas não compridas e decepções. Hoje você não passa de um quase. Um beijo quase dado, um amor quase completo, uma rua quase florida.  Um olhar quase dado, um sorriso quase compreendido, um amor quase vivido. Alegria quase completa. Uma palavra quase dita e um sentimento quase extinto. Um livro que terminou antes do fim. Ou um jantar que acabou antes da sobremesa, pois, o que ficou, foi à sensação de poder ter degustado um pouco mais. <2Fdiv>

O quase não serve o sim nem o não. O quase não machuca, não queima e nem esfria. O quase é a diferença entre aqueles que tentam dos que esperam. Entre aqueles que correm para encontrar em que quintal fica a outra metade do seu coração, daqueles que se bastam sós. O quase, hoje, é você. Meu quase mais lindo, confesso. Mas um quase que ficou para trás. Porque com a ventania que passou por aqui, muitas coisas se foram. E você, que sempre foi um quase, nunca fincou raízes no meu quintal. Não aguentou a ventania.

Aqui, agora. Desde há aquele dia, você não passa de um quase para mim.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Retas e curvas

Hã? O quê? Mas o corpo não é uma peça importante no jogo da sedução? Do relacionamento? No jogo da vida?

Eu você, nós. Não precisamos desesperadamente ir para uma academia atrás de bumbuns redondos, abdomens “secos” e braços com músculos e mais músculos?
Mas quem irá se apaixonar por alguém cujo corpo não é escultural e desejado? E na praia?
Já sei! “Aquelas “pílulas falantes” que fazem” “mágicas” em nossos corpos... Ou, já ia me esquecendo... Salve as cirurgias plásticas! Ajeitar aqui, mexer ali...

Eca, plástico! Soa um tanto quanto falso... Não cirurgias plásticas não e nem “pílulas falantes”! Preservarei o que resta de verdadeiro em mim: o corpo. Já que hoje em dia, é orgulho falar: “Todinho meu!”. Mesmo que esse meu, não seja lá grandes coisas. Mas é meu!

Sabe, essa coisa de amor é difícil. Será que podemos ser felizes sozinhos? Sem ninguém que possamos chegar do trabalho e contar tudo. Rir até cansar e jantar vendo o jogo do Mengão?

Pensando bem, ter alguém do lado é tão bom. É o tipo da coisa que só quem provou sabe o gosto. Não adianta querer dizer como é ou o que sentimos. Assim como comer brigadeiro da panela, só quem sabe entende.

No entanto, se escolhermos a pessoa errada e tudo o que mais sonhamos virar o que menos desejamos? No fundo no fundo, a gente sente. Eu acho... Lá nos olhos dele ou dela. 

O importante mesmo é arriscar-se. Jogar-se no desconhecido... Ou ficar sentado esperando as coisas acontecerem, vendo a vida passar.
E assim foi ele pela rua coando as informações em que lhe eram despejado incessantemente. Escolhendo caminhos e fazendo suas escolhas, sejam elas boas ou não. Bonitas ou não. Éticas ou não, verdadeiras ou não. E lá ia ele virando para a esquerda... Ou não.  

terça-feira, 20 de março de 2012

Vê se entende.

Hoje em meio a mil versos, músicas e bebidas:  descobri você. Logo hoje, onde o principal objetivo era esquecer-te. Onde o principal objetivo era...

Você me deixou aqui, eu sei. No limbo, do fundo do fundo do poço (pelo qual tive que descobrir sozinho que, é no fundo do poço que damos os maiores saltos). E mesmo que você desejasse resgatar tudo àquilo que vivemos... Já não era mais possível.

E o que eu queria que você soubesse, é que aqui no poço, como todos os outros, só há escuridão e tristeza. Mas a gente, morena. Tem que aprender a “driblar” tudo isso para dar a volta por cima e sair daqui. Tenho certeza que você nunca veio para cá, gostaria de não vir também. Mas às vezes, quase sempre, a gente tropeça numa pedra e cai. Tem hora que a queda machuca tanto que chegamos a pensar que não aguentaremos, que não somos fortes o suficiente. No entanto, a gente aguenta. Pensamos em desistir de tudo, mas não desistimos.

Têm outras que não machuca. Mas dói, dói muito. Uma dor interna que não se descreve. Se sente.  E só passa com o tempo, só passa quando tem que passar. Só passa quando estamos prontos para outra.

Portanto morena, embora o fundo do poço seja algo difícil de viver e sair. Uma hora a gente sai. E saímos mais maduros e verdadeiros. Saímos quando tem que sair. E tenho certeza de que quando eu for sair, ficarei cego por alguns segundos. Já não sei mais como é a luz do dia.  Porém, você estará lá morena. Esperando-me, com todo o seu aparato: sorrisos, poses e gestos. Isso que importa. Sorrisos, poses e gestos. Além disso, só amor morena, muito amor.
Vê se entende.

terça-feira, 13 de março de 2012

É morena...

É morena, se caso queira saber, estou com saudades de tudo. Dos jeitos, das manias e da implicância. Das conversas com os olhares. Dos risos e beijos.  Porque é bem nessa horinha, quando você olhava para mim e a gente ria até doer à barriga, que me lembro de você.  Saudade de dizer que você é linda, morena. Saudade de sentar e só olhar. Saudade das conversas e de ter que fazer malabarismo na fila do cinema enquanto você vai ao banheiro. Saudade de ser por completo. Saudade do seu cheiro e de gritar seu nome.
Mas o que ficou foram às fotos e lembranças... Muitas. E da um medo de você não sentir nada disso. Medo de acabar por sentir tudo isso sozinho. Incompleto, singular...  Não, não vou chorar! Não podemos chorar no final dessa história. Não vale a pena. Rimos com ela... Terminaremos assim... Rindo. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Apaixonar-se

Mania chata é essa que temos de querer sempre ser de alguém e estar com alguém. Mania de sempre quando estamos sozinhos, pensar nele... Ou nela. Mania chata de querer um amor para a vida toda ou que dure o mais tempo possível de modo que, não exista o próximo. Mania de romantizar e ir passando as vacas em cima dos bois. Nascemos sós e morremos sós, o pensamento é nosso e não compartilhado, tampouco os sentimentos. Mas então, de onde vem essa necessidade de estar com alguém?

Essa necessidade vem, quando não aguentamos o dia-a-dia e precisamos de alguém que possamos rir e esquecer o que não foi bom. Essa necessidade vem, quando a barra está muito pesada e não conseguimos carrega - lá sozinhos. Vem quando precisamos dividir os medos, os segredos e sonhos. Dividir alegrias.  Vem quando percebemos que precisamos de um porto seguro, de carinho e afago. Beijo na nuca.

Porque apaixonar-se é querer se expor ao sol. Cultivar jardins e afastar as pragas. É reescrever-se e deixar a outra pessoa escrever um pouquinho também. Apaixonar-se é um exercício diário.  É a diferença, a sutil diferença, entre aqueles que só têm retina nos olhos para os que têm um brilho no olhar. Porque só existe uma maneira de viver... Apaixonado.
 Ninguém consegue pilotar um avião sozinho por muito tempo, é preciso um co-piloto. Vai entender...

terça-feira, 6 de março de 2012

Pais e filhos.

Mas não esquenta não, é assim mesmo. Essa coisa que nos dilacera, que nos entranha. Essa sensação boa de estar vivo, de ser importante. Essa ilusão de eternidade. E o bom mesmo é isso, é saber que amanhã é outro dia, que sempre se pode sonhar e viver... Viver com todas as letras. O importante é fazer a diferença!                                                                                                                                                           Afinal, a vida é assim mesmo. Um dia se está por cima, outro por baixo. O que vale é não tirar o sorriso do rosto. “Mas o que vale a pena no final das contas?” disse o menino.  O amor! Disse o pai, arregalando os olhos como quem quisesse dizer que é a coisa mais importante do mundo. E é.
Nesse momento, o menino sentou-se na cama e franziu as sobrancelhas, e por menor que seja sua idade, não importava.
Mas não esquenta não, é assim mesmo. Essa coisa que nos dilacera, que nos entranha. Essa sensação boa de estar vivo, de ser importante. Essa ilusão de eternidade. Repetia o pai; e aquelas palavras suavam tão bem em seu ouvido, que não havia coisa melhor.
E não se preocupe, ele vai até você quando você e ele estiverem prontos, disse ele ajeitando-se na cama. E é bonito casar, ter filhos, netos, bisnetos... Acho que o sonho de todo mundo é encontrar um amor que dure o mais tempo possível.
O pai já estava levantando-se quando o menino perguntou: “Essa palavra tem no dicionário?” O pai sentou-se novamente e disse: “Existe, mas o melhor entendimento é esse; repete comigo: amor. Pensou em alguém? Pois é, eu também. 

sábado, 3 de março de 2012

Nada é a mesma coisa.

E tem coisa melhor quando essa coisa, o amor, é recíproca? Quando os olhares dizem a mesma coisa, quando nos abraços sentimos o coração bater ao mesmo tempo. A mil. Tem coisa melhor quando os desejos são os mesmos, o momento certo para ambos, as expectativas melhores possíveis e alegria de estar junto ser melhor que tudo? Quando o sorriso é farto e a conversa é boa. Quando as brigas sempre terminam em beijo. Quando a saudade tem nome, telefone e endereço fixo.  Quando não existe medo do futuro porque é tão bom ver filme comendo pipoca com ele. Quando as músicas passam a lembrar alguém, e as sextas-feiras depois que ela apareceu nunca mais foram às mesmas. Nem os textos lidos, nem as noites dormidas e os sonhos. Nada depois que você apareceu foi à mesma coisa. Porque além de mim, agora eu passo a levar um pouquinho de você também. 

Os sábios e marujos.

Dizem os sábios que moram em montanhas onde não somos capazes de enxergar o topo, e os velhos marujos cujos seus navios foram naufragados e amores foram perdidos que, quando é pra ser, não existe tempo, medo, distância ou pedras no caminho.
E esses mesmos sábios, dizem que os amores mais ternos realizam-se cedo. Então a confiança e a cumplicidade nutrem-se e solidificam-se. E os velhos marujos, cujas barbas brancas demonstram sua vivência, falam que quando é pra ser; tem força suficiente para que aconteça. Não importa que seja aqui ou em Madagascar, amanhã ou só daqui a dez anos. Vai acontecer. Porque o que é de verdade na nossa vida, coisa ou pessoa, não volta, simplesmente não sai.
E todos eles (sábios e marujos) insistem em dizer que, embora a vida seja um tanto quanto dura, e aquilo que fere é o que cura. E que cada lágrima caída, no final, equivale a um sorriso dado. Viver é um sopro. E ninguém veio para assoprar sozinho.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Bem "forever".

E naquele estante, passou pela cabeça aquilo que mudaria completamente o rumo tortuoso e cheio de percalços daquilo que ele, corajosamente, chamava de vida: “ela já não mais o amava”. E isso ficou flutuando em sua cabeça por longas horas. Embora tentasse desesperadamente tirá-la (a frase? A amada? As duas?) de qualquer forma... Já não era possível. Ele não desejava isso. Teve vontade, então, de fazer qualquer outro ato para que fosse possível voltar tudo a ser como antes... Já não era mais possível também.
E depois daquele dia, ele já não esperava nem desesperava. Sem expectativas. 

E logo adiante, um clarão cegou-o por alguns segundos. Algo assustador o cercava, e embora não pudesse ver ou tocar, estava lá. Bem perto, por vezes conseguia sentir a respiração. Mas ele tinha certeza, continuaria ali. Mesmo não sabendo ao certo o que era. Continuaria ali. Pra sempre. Sempre. Era verdade, ele a amava, bem "forever”.