quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sem querer.


Não era pra ser assim. Eu não queria que fosse assim, amá-lo definitivamente não estava nos meus planos. Nos meus sonhos talvez, mas não nos meus planos.  Como eu pude deixar isso acontecer comigo? “Mas o amor não é algo que a gente faz acontecer” diria ele se estivesse aqui com aquele sorriso bobo.

Mas no fundo, eu sabia que terminaria assim, esse era o único caminho pra nós dois – o amor. No entanto, pensei que seria forte o suficiente pra fugir disso. Não fui. O danado do amor me entrelaçou aos braços dele (e que braços!). E mesmo que eu lute bravamente pra não sentir nada além que uma amizade bonita, eu não paro de pensar como aquele guri pode, enfim, ser- o-homem-da-minha-vida.
Tá certo que a gente não escolhe, mas tinha que ser justo agora? A verdade é que o mando embora querendo que fique. E que todas as coisas que falo não são pra serem levadas em consideração, apenas as palavras que saem dos meus olhos... Essas sim dizem à verdade que tanto escondo.

Eu gosto daquele guri, do jeito que anda, fala... Mais do que deveria ou poderia, gosto mesmo acredite... Droga! Confesso! Eu o amo, falei.

terça-feira, 8 de maio de 2012

"Só isso".


Você levanta da cama e coça os olhos para ver se não está sonhando. Observa ao redor e não vê ninguém. Toma um banho e sai para mais um dia de trabalho. A pessoa com quem você ficou não deixa número e nem endereço. Nenhum sinal de vida, o que te leva a pensar que foi tudo um sonho, o que as cobertas emaranhadas e os travesseiros desmentem.

Porque só conseguimos ver a real beleza do amor depois do sexo. Quando corpos exaustos se completam no mesmo ritmo. Quando você acaba por dormir em cima dos braços dele com as pernas emaranhadas fazendo um encaixe perfeito dos pés, mesmo você 35 e ele 42(não há gesto tão intimo quanto deitar e entrelaçar as pernas), o suor ainda balbuciando, os hormônios voltando ao estado normal, o cheiro de testosterona e progesterona ainda no ar, os corpos contornando-se em forma de conchinha.  A sensação de que foi um sonho.  A mistura dos cheiros e sabores, a descoberta de que ele ronca dependendo da posição e que não te atrapalha tanto assim, ou quando você acorda e o outro continua dormindo e você observa-o nos mínimos detalhes: os traços do rosto, o desenho do queixo, e a nuca onde a boca teimava em ficar.

Porque a beleza do amor vem logo depois do seu ato mais contundente – o sexo (onde hoje nem sempre se faz somente por amor). As cobertas emaranhadas ainda escondem, sem tanto mistério e curiosidade, a genitália um do outro. Já não há tanto mistério. Porque o amor, afinal, é “só isso”.

Sem posições complexas do Kama Sutra, gemidos de estourar tímpanos e apresentações dignas de ganhar o Oscar. É, disse a morena pra mim “o amor é só isso mesmo”. Duas pessoas que se amam, dois corpos que se encaixam em perfeita harmonia.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Tudo como antes.


Volta que eu retiro os enganos, refaço os caminhos e recomeço o percurso. Volta que eu te aceito e te cuido, te dou aconchego, carinho e amor de mansinho.  Volta que eu trago de volta todos os abraços, beijos e desejos. Todos os sonhos, fotos, risos e sorrisos. Volta para eu recomeçar o caminho, devagarzinho degrau por degrau bem do jeito que tem de ser. Volta a ser e sentir.  Volta para dias iguais se tornarem diferentes. Volta para eu ser e sentir. Volta para eu voltar a escrever. Volta por questão de sobrevivência, minha e sua. Por questão, sobretudo, de amor.

Volta para eu falar de amor e escrever de amor. Às vezes penso em voltar, daí lembro que você quem foi embora. 

sábado, 5 de maio de 2012

Por fim.


Eu senti a sua falta. Senti por você ser em todos os momentos o meu porto seguro. Ser aquela pessoa na qual a gente pode ligar quatro horas da manha e falar “não ta nada bem, vem aqui me ver”. Por ser aquela que a gente confia e a única na qual (sabemos) nunca irei esquecer. Mas não confunda isso com dependência, como disse Mario, o Quintana para você ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar não precisar dela. E era exatamente isso que acontecia.

Eu senti falta dos abraços quentinhos, do seu cheiro entre o pescoço e o ombro. Do seu sorriso que abria caminhos e dos beijos lentos e demorados, de alguém do outro lado da cama e de pés juntos ao meu.  Falta da presença, porque até o seu silencio olhando para mim é bonito.

Mas a melhor coisa que eu pude fazer foi entrar noutra, e não deu certo. Nem um pouquinho. O beijo era bom, o abraço bom, as conversas eram boas. Mas nada era igual a sua mordida seguida de um olhar que diz: “eu te amo”. Ela era linda com aqueles olhos azuis angelicais. Mas tinha um grande defeito: não era você. Então, parei de procurar-te em todas as mulheres e percebi que não adiantava, meu coração pertencia ao seu.  
Portanto, resolvi ficar quietinho. Olhar para dentro e esperar. Esperar talvez uma atitude sua ou uma coragem minha de seguir em frente sem olhar para trás e nem para os lados... Sem olhar para você. Mas enquanto essa coragem não vem ou você não toma uma atitude, permito-me ficar aqui.

Dessa forma, ninguém me acha, a não ser quem realmente estiver me procurando, então, terei certeza que será essa pessoa. Difícil será se essa tal pessoa não for você. 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Acontece.


O amor – no qual as palavras para descrevê-lo fogem, os sentidos se esvanecem e a razão desconhece – não é algo que a gente possa escolher quando, como e onde irá acontecer. Ele não segue regras e nem determinações.

Ele aparece numa terça-feira sem graça, num domingo onde não se espera nada além do que almoçar com a família ou num cantinho qualquer quando você dobrar a esquina. O amor faz acontecer por ele mesmo. Nós não fazemos nada, somos tão e somente consequência dele, resultado desta fórmula: “eu + você = amor”.  

É deixar acontecer na gente sem hora marcada e aviso prévio. Porque o amor é deixar acontecer e não fazer acontecer.