quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Trago em cinco dias.

Andando pelas ruas do bairro li, num poste, o que há muito tempo não lia. A frase dizia o seguinte: “Trago seu amor em cinco dias”. A primeira reação que tive, desculpe os que creem, foi o riso. Nada contra a pessoa que consegue tal façanha... mas... não vamos entrar no mérito religioso.

O fato é que, amor não atende a horas marcadas e nem horários pré-determinados. Ele tem o dom da imprevisibilidade, pode estar como não estar. Pode ser como não ser, simples assim.  Sua amiga pode apresentá-lo numa época difícil em que nem você está se amando, ou pode aparecer em meio ao verão e você nem olhá-lo direito. Só depois, com a abstração que é o tempo, no qual, descobrimos o que realmente importa, percebemos que ele sempre esteve ali, e então, tudo começa realmente a acontecer.  Pode ser a pessoa que você mais odeia e não sabe o porquê de tanto ódio. Um amigo do colégio que você reencontrou.  Ou também, não seja ninguém. Talvez ele esteja por ai, fazendo o mesmo que você: procurando.

Amor não tem hora marcada. Não tem previsão de chegada e nem saída. Pode-se chegar quando menos se espera, ou for a coisa mais clichê do mundo. É amor. Não importa se ele demore cinco dias, cinco meses ou cinco anos. Que chegue! Porque um dia vai chegar. E você vai ter a certeza que, nunca quis tanto ser de alguém, não quis tanto compartilhar cobertores em meio ao frio e todas aquelas coisas que se dizem “clichês”. Deus nos trás a pessoa certa, a gente escolhe se ela fica ou não.

PS: Pra esse ano terminamos aqui gente. Feliz Natal e ano novo. Voltarei a escrever só a partir do dia 15 de janeiro... Quer dizer, se pintar alguma coisa na minha cabeça. Grande beijo com meu amor e carinho de sempre. Até a próxima.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Momento certo.

Estava em uma festa de formandos conversando com uma amiga aquele papo bem de festa, no qual no dia seguinte, você não se lembra o que conversou. Papo vai papo vem um gole aqui outro ali. E cortando o assunto ela diz: “Todas as minhas amigas estão namorando, menos eu”. Na hora o que me veio na cabeça foi “mal começou a beber e lá vem dor de cotovelo”. Mas não, ia muito além de uma dor de cotovelo.

O que ela não sabe, por enquanto, é que existe uma coisa chamada momento certo. Uns começam a vida amorosa mais cedo que outros. Uns dão o primeiro beijo com treze ou quatorze anos, outros aos quinze (e não é questão de beleza, na maioria dos casos, e sim momento).  Uns começam a vida sexual aos vinte anos ou até mais cedo, outros esperam a tão sonhada lua de mel, e o que é especial, se torna inesquecível.
A questão é momento. Momento do primeiro namorado, casar, ter filhos e netos. Momento da primeira relação amorosa. Enfim, não se angustie procurando. Ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Mario Quintana dizia: “Não corra atrás das borboletas, cuide de seu jardim para que elas venham até você”. É isso.

sábado, 17 de dezembro de 2011

A vida é hoje. No meio.

Aqui vai um pensamento de difícil entendimento (para alguns): “Viva esse presente que Deus nos deu que é a vida... literalmente”. Esta frase, como tantas outras frases, ficou flutuando pelos meus pensamentos depois que, um casal terrivelmente querido, mostrou-me indiretamente que, temos de viver o presente desse presente que é a vida.

A vida é o relógio com suas horas iguais, são as escolhas feitas sem o medo do amanhã. Porque a parte crucial da vida não é o passado já vivido e nem o futuro de ilusões e utopia. O que nos move e nos leva pra frente é o presente. O meio, o hoje.

É no meio que a gente tem a chance de decidir se vivemos ou esperamos a morte. Porque é no meio que a gente descobre quem realmente vale à pena. No meio a gente percebe que a vida não tem remédio. No meio a gente a prende que não existe arrependimento do que se fez.  No meio a gente diferencia paixão de amor. Porque é no meio, nessa exatidão, que a gente aprende que a vida não é mãe e nem madrasta. É avó. Da colo, cuida... E também deixa a gente errar e aprender... Aprender que, o amor da nossa vida vive o presente, e pode estar do nosso lado. Que a felicidade é feita de momentos, e precisamos ter fé sempre.

No final das contas, é no meio que a gente descobre que o fim é apenas uma questão de tempo. E que o amanhã... Bem, me deixa viver o hoje primeiro.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Lanterna dos afogados.

Adoro escutar você me chamando pra perto, com os olhos. Adoro esse seu sorriso cheio de amor que transborda e sai pelos olhos. Gosto, imensamente, da certeza de nossas mãos dadas, dos nossos beijos molhados, dos nossos desafetos engraçados, da nossa trilha sonora, dos nossos planos. Gosto da certeza do nosso amor. Da certeza de ter você aqui e tudo que vem junto: sonhos, planos, certezas, dúvidas, angústias... Adivinha o que estou ouvindo agora? É isso mesmo, “eu to na lanterna, dos afogados estou te esperando vê se não vai demorar...” Lembro da primeira vez que a gente ouviu essa música, eu olhei pra você e você pra mim... Acho que foi ali que tudo começou! Teus olhos me dizem baixinho e gostoso: “aonde você for eu também vou”. Respondo baixinho e gostoso “eu te amo”.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Estou aqui

Se você me perguntasse, eu diria que sim, que sei viver sem você, oficialmente falando.
Nascemos sós e morremos sós. Mas sempre existe aquela vontade, não se sabe aonde (suspeitasse que seja no coração) de ser de alguém, pensar em alguém.
 
Porque, afinal, quem vai nos cobrir ainda mais por causa do frio? Ou com quem vamos assistir aquela comédia de doer a barriga? Essas coisas simples e bobas mas que com você fica a melhor coisa do mundo. Deitar na cama e ficar conversando até tarde, dizer eu te amo quando
menos se espera...É engraçado, mas eu escolhi você. Quer dizer, não sei bem se escolhi,acho que não. Não escolhemos essas coisas... Mas mesmo se tivesse a opção da escolha... Eu escolheria você.

Por isso que estou aqui. Sujo, talvez triste, meio mal-humorado, curioso. Me perguntando porque você não está aqui.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Cumplicidade.


Um dia desses estava na fila para comprar um ingresso para assistir a um jogo de futebol.  E logo atrás de mim tinha um casal. Eu estava observando-os fazia algum tempo, esperando alguma fala ou gesto, algo que pudesse virar texto. Foi quando ela disse: “O que eu não faço por você”. No minuto seguinte pensei: “muito obrigado por atender meus pensamentos!”

Certamente, ela não gosta de futebol e está lá por ele. Para lhe fazer companhia em meio a uma fila quilométrica, conversar, rir um pouco. Como o padre sempre fala: “Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Ou talvez até goste de futebol, mas prefira o conforto de assistir em casa sem aquele tumulto de um estádio. 

Mais a verdade é que talvez amanhã ou depois de amanhã, eles briguem e se separem. Talvez logo quando saírem dali com uma discussão boba e pronto! Lá se vai meses ou anos de convivência. Ou talvez não aconteça nada disso, talvez fiquem juntos para sempre, com a mesma cumplicidade presenciada por mim naquele momento. O que importa não é a duração e sim a intensidade. Cumplicidade. E eles foram cúmplices naquele momento, na fila.

Podemos viver anos com uma pessoa no mesmo teto, dividindo o mesmo lençol e não conhecê-la nem um pouco. A rotina não nos permite enxergar que está na hora de mudar, e não nos aceitamos sós. Temos medo da dolorosa e madura solidão. No entanto, é melhor uma solidão sincera do que um amor feito de ilusão. Foi amor, claro, um dia. Mas acabou. Somos seres humanos com a capacidade de amar várias vezes. De construir e desconstruir amores.
Nada melhor do que conhecer o outro pelo olhar. Conhecer o outro por dentro. E esse outro, ser o que você quer pela vida inteira. É, “o que eu não faço por você”.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Felicidade. Feliz cidade

Era uma vez um lugar no qual todas as pessoas eram felizes. Esse era o maior mistério dessa estranha cidade com poucos habitantes até. Não haviam grandes construções e para ser mais exato, não havia prédios, somente casas. As coisas eram exageradamente leves. Não havia noticiários de pessoas tristes e nem suicídios por não suportarem a própria existem. O fato era que, não se sabia o porque, mas todas as pessoas ali eram felizes.

A tristeza não existia, o que, a primeira vista, parece assustadoramente mágico. O céu contava histórias ao entardecer, a areia da praia bailava com o vento. O sol beirava a perfeição e a beleza das nuvens lembrava o melhor algodão doce. Algo ali era erroneamente simétrico
As ondas mansinhas. As pessoas eram simples. Nada ali era grandiloquente. Todos andavam de chinelo. A vida era simples e talvez por isso tão bonita. Quando o vento beijava o rosto sentia-se eternidade...

Deixa essa cidade entrar no seu coração, deixa a felicidade te fazer feliz

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Seja doce.

Que 2012 seja doce. Doce igual ou melhor que brigadeiro, avelã e casadinho. E por falar em casadinho, que  2012 traga nós. A gente. Juntos. Me diz se eu estou pedindo muito pra 2012?
Que traga risos até doer a barriga, que traga histórias pra contar! Afinal, o que somos nós sem histórias pra contar? Porque o que fica é isso... histórias ou estórias... Lembrei de você de novo! Eu quero que você fique em 2012, treze e assim por diante. Você e esse seu sorriso bobo entre parênteses. Essa sua inteligência boba. 

Que 2012 seja simples! Chocolate quente no frio, praia no calor, filme com quem a gente ama. Beijos... Muitos...Como se fossem os primeiros. Que traga dinheiro também... mas só o necessário. Que 2012 seja família, conquista! Esperança. Fado. 

Triste? também... Porque não? Ninguém vive só de alegria. Mas que eu tenha você ao meu lado. Por fim, 2012, só te peço sobretudo, uma coisa: seja inesquicível.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Reciprocidade.


– O que você vai fazer amanhã quando acordar? – murmurou ela no seu ouvido.                                           
– Bem, não sei. Depende. Porque você está perguntando isso? – disse ele dando-lhe um beijo. 
– É que a minha vontade é de ficar com você aqui para sempre. Se importa se a  gente ficar só abraçadinho? – disse ela com sorriso leve como a brisa, colocando o cotovelo na cama e a mão na cabeça.                             
– Claro que não – disse ele entrelaçando os pés nos dela.                            
– Abraçadinho... Que horror. Eu não acredito que eu falei abraçadinho.                                  
– Melhor do que agarradinho juntinho ou sei lá o que – disse ele rindo e dando-lhe um beijo. 
                      
Quando ele viu, ela estava dormindo. A verdade mesmo era que ele não gostava de dormir “abraçadinho”. Dava cãibras. Mas era ela pedindo. Ela dormiu com um sorriso leve no rosto, e ele gostava desse sorriso, dessas covinhas que o tornavam tão especial por ficarem entre parênteses dizia ele. A beleza dela era tão dela que parecia que ele a conhecia há anos. De qualquer outra cidade ou planeta, mas esse rosto não lhe era estranho. Mas a verdade, em meio a tantas outras verdades, era a que ele a amava. Não sabia o porquê ou como.  Mas ele a amava. E pela respiração dela, ele sabia, ela o amava também.               

domingo, 27 de novembro de 2011

Careta.

Em frente ao computador, estava vendo declarações de amor que muito me agradaram. Eram homens pedindo sua mulher em casamento de uma forma bastante criativa. O problema, pelo menos o inicial, porque têm outros é que, os vídeos eram de cinco, seis, dez anos atrás. E cadê as declarações de amor de hoje em pleno Facebook? No meio da praça ou do cinema?


Recuso-me acreditar que, falar em coração tenha se tornado algo antigo, démodé, careta. Não me diga que você acha que sentir é careta?  Lembro-me daquela fase no qual todos passaram em que temos vergonha de falar para o “amiguinho” que estamos gostando dele... Assim, de um jeito diferente. Ai tudo bem, vá lá, temos dez, onze anos... E achamos até bonitinho quando nos lembramos disso.  Agora você com quinze dezesseis... Vinte anos! Com medo de falar que ama?  


Careta, vergonhoso e deprimente é não amar. Careta é preferir dez ao invés de uma. Careta é ter vergonha de olhar olho no olho e dizer que ama.
Em pleno século XXI, está faltando homem que não ache careta chorar, dizer que é sensível. Humano. Está faltando homem que não tenha vergonha de se apaixonar, e que tenha coragem de falar para os amigos “eu prefiro a minha mulher”. Aliás, está faltando homem que diga esse pronome possessivo que, no caso, não tem nada de posse. Como também, falta mulher que exercite o cérebro ao invés da bunda. Que gaste dinheiro com presentes (ou sei lá o que) ao invés de enriquecer cirurgiões plásticos. E como diria Tati Bernardi, falta mulher que mereça que seu garoto vire homem.
Se amar é careta então por favor, nos tornaremos velhos apaixonados.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Um dia de sol.

- É Flavinho, é difícil...
- O que exatamente?
- O amor, conhece?
- Conhecemos.

2012.

Começo está crônica perguntando-lhe se, por acaso, você sabe qual é o dia de hoje. Hãn? Sim, 23 de novembro. Você pode estar em qualquer lugar que, a partir do dia de hoje até o final do ano, sempre quando alguém perguntar que dia é hoje, haverá algum assustado (no caso a maioria da população) que dirá: “Nossa! Sério? o ano passou rápido demais!” e em seguida o assustado desdenhará que não realizou metade dos planos e desejos.


E não é nenhum exagero não, o ano passou rápido mesmo. E a pergunta chave é: “Você realizou todos os desejos feitos no início de 2011?” Nem metade deles, né? Alguns pedidos, talvez, você nem se lembre mais. É que a vida está voando, e não estamos dando importância para o que realmente importa. A vida é o hoje, aqui, agora. São essas 24 horas do relógio. O futuro sempre será futuro, não adianta esperá-lo. Ele nunca será presente tão pouco passado.  Não adianta adiar as coisas.


Então, vamos combinar assim. Quando for meia-noite de janeiro e todos estiverem comemorando 2012. Ao invés de pedir o homem de verdade, comece sendo uma mulher de verdade. Ao invés de pedir mais dinheiro, peça mais amor. Ao invés de prometer que vai mudar assim ou assado no próximo ano e que, depois da décima taça de champagne, todas essas promessas já foram para o ralo. Peça só uma coisa: a vida.
E que em 2012, o amor transborde mais que o medo. Que o ser seja melhor que ter. Que sejamos pessoas capazes de errar e de pedir perdão sempre. Mais beijo na boca... sexo. Menos ódio.  Sejamos pessoas apaixonadas pela vida. Fale menos “eu te amo”. Demonstre que ama. Que o seu (a) melhor amigo (a) chegue e, se caso não chegar, não se desespere. Deus não demora, ele capricha! (já dizia Caio). Por fim, que consigamos levar a vida menos a sério, sem correntes, porque, afinal, ela está passando rápido demais para pensar no ontem e no amanhã. O que vale, na real, é o hoje. Guarda isso.

Parênteses.

- Com essas suas covinhas, só eu sou capaz de ver seu sorriso.
- Porque?
- Porque ele está entre parênteses. E só quem ama lê até o que está entre parênteses.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

De verdade mesmo.

E eu sinto sua falta. Hoje acordei com uma enorme dor de cabeça, parecia que os 365 dias do ano resolveram, de alguma forma, subir nas minhas costas. Hoje fiz coisas rotineiras se é que você quer saber. Escovei os dentes pela manhã, fui ver se tinha mensagens no celular e reli as suas. Ah, e hoje não fui trabalhar, permito-me ter certas regalias.


E o que está aqui é aquela saudadezinha que grita seu nome.Vontade de te ligar marcar alguma coisa e ficar horas conversando. E seria o melhor programa! Não por ser sexta-feira, mas por ter você como principal motivo.
To com saudade desse seu sorriso bobo, desse seu jeito bobo de rir de tudo. Desse jeito bobo que olha pra mim. Aliás, o que eu queria mesmo escrever era alguma coisa boba e na terceira pessoa, pra não me envolver tanto. Mas o que eu queria escrever mesmo era que eu preciso de ti que, agora, deve está morrendo de rir desse texto. Eu também estou.

O que eu queria mesmo, era te pedir que não tenha medo de mim. Sabe os textos que eu publico por ai falando disso e daquilo? Pois bem, eu não sei de nada, na verdade. O que eu queria mesmo, era ser salvo no meio das pedras. É bem verdade que essa coisa bonita chamada diamante anda se distanciando demais de mim. Eu só queria que isso que eu sinto por você, durasse sei lá, a vida toda pode ser?


Não tenha medo. Não tenha medo se eu te beijar como se nós estivessemos descobrido o beijo, e nem se eu adorar o seu cheiro como se fosse o melhor dos perfumes. Não tenha medo desse meu agora terrivelmente enorme. É que na verdade estou cansado de ser o máximo por um dia. O que eu queria mesmo, era ser o máximo pra você pela vida inteira. Não tenha medo caso  eu chegue mais tarde do trabalho do que o normal. Certamente estarei no trânsito pensando em você.
Tudo o que eu queria por trás desses textos modernos, engraçados e lindos. Era que você perguntasse se era pra você com aquele sorriso bobo e aquela certeza lá no fundo de que sim, eram todos pra você. É isso.
Te amo, de verdade mesmo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Janeiro: pura ilusão.


Chega final de ano e inevitavelmente desejamos que a partir de janeiro tudo seja diferente. Muitas vezes nem sabemos ao certo o que queremos que seja, mas cremos que algo mudará para melhor.

Sonhos, esse é o nome. Quando vemos os fogos em Copacabana ou em qualquer outro lugar do planeta, de alguma forma, sonhamos que a partir do dia 1 de janeiro, tudo mudará. E é estranha essa coisa de mudar. É claro que chega num momento da vida como diz Fernando Pessoa que “É preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo... E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... É o tempo da travessia [...].”

Mas que vontade é essa de desejar que tudo seja novo em janeiro? Fazemos promessas como à de esquecer o amor que tanto nos machucou no ano anterior, ser mais educado e gentil. Perder peso. Parar de fumar. Estudar mais, ler mais. Ser feliz. Encontrar o amor da nossa vida (às vezes nem é preciso, ele está do seu lado e só você que não viu). Conhecer gente nova. Mudar o armário. Ser menos apreensivo, aprender a levar a vida de uma maneira leve.

Chega dia primeiro de janeiro! Abrimos os olhos bem devagarzinho com certo receio e ansiedade de vermos o que, realmente, mudou. Pronto. Abrimos os olhos e vemos que... Por espanto e decepção, nada mudou. E que, na verdade, essa coisa estranha que nos faz acreditar que no próximo ano tudo será diferente, nos fazendo acreditar em tudo outra vez... Talvez seja Deus, é isso.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Não é tudo.


E quando você encontra “o amor da sua vida”... infinitas reticências. É lindo. Você e ele combinam e formam o casal (com O maiúsculo). Vocês têm uma harmonia que é entendida pelos olhos. O Sol sorri pra vocês! Porém, no entanto e, sobretudo. Ter alguém não resolve tudo, não é garantia de felicidade plena. Encontrar o amor da vida não é garantia de 100% feliz.

Você pensará: “O que há de melhor do que o beijo dele? O que há de melhor do que está ali, com ele. Conversando, cuidando, rindo... Sim, eu sou 100% feliz com ele!”

Você tem razão, nada melhor do que ter alguém ao lado na mesma sintonia. Mas existe a dura e cruel rotina. A pasta de dente na pia, a toalha em cima da cama, a Gillette no banheiro.  A convivência (arrepiei). Ela é f* (desculpa). Ele pode ser gentil e educado, mas em casa não move um palha pra deixar a casa limpa. Ela pode ser limpinha... Mas não lava uma panela! Conviver com o outro é difícil, mesmo sendo o amor da sua vida. É outro mundo, outro pensamento, outra visão... Vocês podem até ser feijão com arroz e tudo que eu disse até agora não servir de nada. Porém, no entanto e, sobretudo.

Existirão dias ruins em que, talvez, nem você acreditará em você mesmo. E você precisará mais do que nunca dele. É fácil amar na mesa de bar onde o papo é leve é o chopp é gelado. Quando tudo parece conspirar a favor. “Longe de qualquer problema, perto de um final feliz” diria Rita Lee. Fácil amar o outro quando o beijo é molhado e o clima frio, conspira para uma noite a dois. Difícil mesmo é amar o outro quando nem mesmo ele está se amando. É ter que se contentar em cuidar dele sábado à noite e domingo fazer uma visita, e passado milhares de domingos depois, lembrar de tudo isso sorrindo com a cabeça dele na sua coxa. Ou sei lá, vocês dois na cama e ela com a cabeça no seu peito.

Lembrarão. Porque sim, vocês passaram por momentos difíceis. Mas o amor... infinitas reticências. Vá entender.