Medo do escuro, medo de cair e se machucar, medo de não dar
certo na profissão, medo de o amanhã não chegar, medo de ter medo...
Ter medo é tão normal quanto gostar de chocolate-quente numa
terça-feira chuvosa. Mas o medo que dá mais medo é o medo de amar. Aquele que nos faz perder horas de sono e
dias a fio pensando no que fazer, que nos faz ficar dispersos no trabalho e
pensar que as músicas foram escritas para nós.
Medo de amar porque rimar amor com dor é tão clichê quanto
inevitável e nem todo mundo está disposto a sofrer por amor. (Aliás, ninguém
está. Acontece apesar de nós.) Medo de cair no desconhecido, cair de cabeça
naquele secreto tesouro que é o sorriso dele ou de lutar até transpor a última
barreira e desvendar os segredos dos olhos dela. Não é porque ele foi um canalha
com você que todos serão ou que ela foi desonesta com seus sentimos que as
outras farão a mesma coisa.
Você tem medo do errado, mas nunca viveu o certo. Porque amar
é isso: um abismo. E amor, uma rede de anjos ampara a nossa queda. Para o dia de amanhã, bem... A peleja é longa e no final das contas é só
você contra você mesmo. Todo mundo precisa de um copiloto. Jobim dizia: “É
impossível ser feliz sozinho”. É isso