sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Noite de terça.

– O que você vai fazer amanhã quando acordar ? – murmurou olhando para o teto.
– Bem, não sei. Depende. Porque você está perguntando isso ? – disse ele prevendo a resposta. 
– É que minha vontade é de ficar com você aqui para sempre. Importa-se se a gente ficar só abraçadinho ? – disse ela com um sorriso leve como a brisa, colocando o cotovelo na cama e a mão na cabeça.                                             
– Claro que não – sorriu ele, colocando a cabeça dela sobre seu peito.                                                                                                                                                 
– Abraçadinho... Que horror. Eu não acredito que eu falei abraçadinho!                                                       
– Melhor do que agarradinho juntinho ou sei lá o que – disse ele rindo sem direção.    
                        

Quando ele a percebeu estava dormindo. A verdade mesmo era que ele não gostava de dormir abraçadinho. Dava cãibras. Mas era ela pedindo. Ela dormiu com um sorriso leve no rosto, e com suas vírgulas em cada lado da bochecha. “Sorriso entre parênteses, só eu sou capaz de lê-lo, dizia ele”. A beleza dela era tão dela que parecia que ele a conhecia há anos. De qualquer outra cidade ou planeta, mas esse rosto não lhe era estranho. Mas a verdade, em meio a tantas outras verdades inacabadas, um pouco sujas e surrealistas, era a que ele a amava. Não sabia o porquê disso nem como.  Mas ele a amava. E pela respiração dela sabia, ela o amava também.            

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