sexta-feira, 29 de abril de 2011

SABERIA – SABERÍAMOS.

Poderíamos ser apenas amigos, contaríamos nossas aventuras amorosas nossas decepções amorosas, iríamos sexta-feira quando não saíssemos, vermos filmes um na casa do outro. Faríamos trabalhos juntos, consolaríamos um ao outro quando precisasse, daríamos conselhos, conversaríamos horas sem nos cansarmos. Poderíamos ser amantes, e irmos a Paris para andar a beira do rio Sena com um violino de fundo, ou ir a Veneza, conheceríamos a cidade e logo em seguida faríamos sexo, ficaríamos horas na cama nos acariciando, nossa vida seria excitante, eu beberia um vinho sempre depois do sexo e você, uma taça de champagne. Poderíamos também ser um casal, você acordara sempre com a cabeça no meu peito, eu te daria um beijo na testa quando visse que acordou, eu saberia todo o seu ritual de manhã – escovava os dentes primeiro – depois iríamos para a sala, ainda com roupas de dormir, e ficaríamos ali horas contando fofocas de amigos, nos beijando, rindo de Bob Esponja. Você varreria a casa. Eu sempre chegaria por trás de você e roubaria um beijo, eu tirava a vassoura da sua mão, e treinávamos valsa para o nosso casamento. Nossa geladeira só teria congelados e coca-cola, comeríamos lasanha bolonhesa no almoço, e na janta resolveríamos sair. Eu te levaria num lugar super romântico, te falaria coisas que quer ouvir, você se apaixonaria mais ainda. E quando chegássemos em casa, eu te abraçaria por trás e te beijaria do pescoço e subiria devagar, até chegar no canto da sua boca, e vira-lá – saberia. Me orgulharia por saber tirar seu sutiã com tal rapidez e delicadeza, você riria – saberíamos.


Matheus Melgaço

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