domingo, 9 de outubro de 2011

Era como era.

Era um amor de fruta mordida. Igual quando alguém, despretensiosamente, morde uma maça e você vê. E nessa hora te dá uma vontade louca de morder também. De morder junto. De ser junto.


 A gente era amor de jardim. Verde. Gramado. Frágil. Mais bonito por fora. Oco por dentro. Nosso amor foi amor de novela. De fotos. E é isso que eu guardo de você esse tempo todo. Até hoje, embora tenha se passado algum tempo e você nem se lembre mais de mim. 


Isso que guardo de você: fotos. E percebo que o tempo passou porque as fotos começaram a ficar velhas. E daqui a 50 anos ainda vou lembrar-me de você quando me perguntarem quem foi à primeira. E sei que, quando toca a nossa música, lembro-me do que fomos, e o que sonhávamos ser. 


Mas daí acaba a música, e não choro ou faço melodramas como antes. Foi difícil quando acabou. Você jogou tudo pro alto, e eu fui forte o suficiente para falar que ainda precisava de ti. Mas dai tu vai e inventa uma realidade para aquilo que na verdade não é. Só para não doer tanto.


E passa. E ai está à magia do amor. Não vale a pena cê sair da história quando ela ainda não acabou. Tem de sair do final. Libertar-se. Porque só assim você vai poder amar novamente.
O que sentíamos era lindo, terno, era simples. Era o que desejássemos que fosse. Era tudo. Só não era amor.

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