segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Reciprocidade.


– O que você vai fazer amanhã quando acordar? – murmurou ela no seu ouvido.                                           
– Bem, não sei. Depende. Porque você está perguntando isso? – disse ele dando-lhe um beijo. 
– É que a minha vontade é de ficar com você aqui para sempre. Se importa se a  gente ficar só abraçadinho? – disse ela com sorriso leve como a brisa, colocando o cotovelo na cama e a mão na cabeça.                             
– Claro que não – disse ele entrelaçando os pés nos dela.                            
– Abraçadinho... Que horror. Eu não acredito que eu falei abraçadinho.                                  
– Melhor do que agarradinho juntinho ou sei lá o que – disse ele rindo e dando-lhe um beijo. 
                      
Quando ele viu, ela estava dormindo. A verdade mesmo era que ele não gostava de dormir “abraçadinho”. Dava cãibras. Mas era ela pedindo. Ela dormiu com um sorriso leve no rosto, e ele gostava desse sorriso, dessas covinhas que o tornavam tão especial por ficarem entre parênteses dizia ele. A beleza dela era tão dela que parecia que ele a conhecia há anos. De qualquer outra cidade ou planeta, mas esse rosto não lhe era estranho. Mas a verdade, em meio a tantas outras verdades, era a que ele a amava. Não sabia o porquê ou como.  Mas ele a amava. E pela respiração dela, ele sabia, ela o amava também.               

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