segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Janeiro: pura ilusão.


Chega final de ano e inevitavelmente desejamos que a partir de janeiro tudo seja diferente. Muitas vezes nem sabemos ao certo o que queremos que seja, mas cremos que algo mudará para melhor.

Sonhos, esse é o nome. Quando vemos os fogos em Copacabana ou em qualquer outro lugar do planeta, de alguma forma, sonhamos que a partir do dia 1 de janeiro, tudo mudará. E é estranha essa coisa de mudar. É claro que chega num momento da vida como diz Fernando Pessoa que “É preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo... E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares... É o tempo da travessia [...].”

Mas que vontade é essa de desejar que tudo seja novo em janeiro? Fazemos promessas como à de esquecer o amor que tanto nos machucou no ano anterior, ser mais educado e gentil. Perder peso. Parar de fumar. Estudar mais, ler mais. Ser feliz. Encontrar o amor da nossa vida (às vezes nem é preciso, ele está do seu lado e só você que não viu). Conhecer gente nova. Mudar o armário. Ser menos apreensivo, aprender a levar a vida de uma maneira leve.

Chega dia primeiro de janeiro! Abrimos os olhos bem devagarzinho com certo receio e ansiedade de vermos o que, realmente, mudou. Pronto. Abrimos os olhos e vemos que... Por espanto e decepção, nada mudou. E que, na verdade, essa coisa estranha que nos faz acreditar que no próximo ano tudo será diferente, nos fazendo acreditar em tudo outra vez... Talvez seja Deus, é isso.

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