segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Caia.

Um dia, conversando com uma amiga, ela disse que não entraria num relacionamento porque saberia que não daria certo. Insisti e falei que sim, que vai dar, e que, mesmo que não der... Irão ficar coisas boas disso tudo: recordações, fotos, beijos, amizade. 


Aproveito dessa história para mostrar uma estória em que, o nada, de um dia pro outro, virou, simplesmente, o tudo.


Você a quer só por uma aventura. Você o quer só para não ficar sozinha. Por isso cai. Cai por atração. Porque ele tem um sorriso que te deixa feliz mesmo não estando. Cai porque a voz dela é linda e os seios são, generosamente, fartos. Cai porque ele é bom de papo, te leva para os lugares mais bonitos, ver os filmes mais românticos. Cai porque vocês têm atração um pelo outro (e numa fase da vida basta isso para você cair). Gostam dos mesmos livros... Você sabe que não vai dar em nada. Uma aventura que daqui a um ano você nem lembre. Mas você cai, porque embora não seja amor, não se joga fora uma paixão nem uma atração por medo de cair. 


Daí, vocês frequentam o cinema todas as quarta-feiras. E de tanto verem filmes juntos e irem ao Mcdonalds, você já sabe de cór o pedido dele. E nunca entende o porquê dele comer primeiro a batata depois o hambúrguer. E ele já sabe até o nome da loja de bolsa que você sempre pára e fica admirando. Sabe de cor o nome da sua mãe, e tem receio do seu irmão. Ele sabe que não vai dar em nada, repito. Mas ele cisma em te mandar flores. Você aceita claro, porque não?  Sua mãe, óbvio, pergunta quem é aquele mocinho que toca o interfone todo final de semana às sete horas pra vim te buscar e que manda flores... E já quer saber quando você irá apresentar o namoradinho. E você pensa: “Loucura! É só um passatempo, não vai dar em nada”.  E o pai dele, já pergunta quem é essa que você está saindo. E que te deixa com um sorriso gigantesco quando te liga perguntando o que vão fazer para esse sábado. E você pensa: “Loucura! É só um passatempo, não vai dar em nada”.


Chega o dia dos namorados... Pronto. E com ele, vem a dúvida de ambas as partes. “Ligar ou não ligar. Será que estou confundindo?”. Ele aproveita que seus pais viajaram, e a chama para um jantar no restaurante mais romântico possível, depois a convida para ir a casa dele. A intenção? A intenção é não fazer filho! Tirando isso, vale tudo! Como diria Dancin Days: “Vale ser alguém como eu... como você!”.
Chegou a hora, tudo pronto. Ele, antes de tudo coloca um filminho com uma pipoquinha. É... Tudo no diminutivo no início, o aumentativo viria logo depois. 


A noite passa, e ele acaba por dormir de conchinha com você. E é acordado com um beijo seu de bom dia, na testa. E ele não se arrepende de “só” ter dormido de conchinha, embora as intenções para a noite fossem outras... Foi à melhor noite da vida dele. 


E os dois descobriram o que todos a sua volta sabiam. Tinha se transformado em amor. Em pra sempre. Assim mesmo, do nada. O não ia dar em nada, deu em tudo. Simples assim.
E teriam outras milhares de noites assim. Outras mais quentes... Outras nem tanto. Mas assim, com amor. Eternamente.

Um comentário:

  1. Sem querer vim parar aqui nessa página, e fiquei encantada, maravilhada e até excitada em vontade de escrever como faço para poder participar.
    Abraços!
    cleide.miranda.spc@gmail.com

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