ELE.

'Lá está ele de novo, sentado numa dessas praças vazias, pensando como nada que ele almeja se realiza, e mais uma vez ele chora, e ele chora pelo pior jeito, chora por dentro sem cair uma lágrima. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ele não se cansa de apanhar da vida, nada ganha só perde. Penso eu que este rapaz, no fundo gosta dessas coisas, pois, donde ele tiraria tanta ideia pra fazer textos? Da sua infelicidade?
Infelicidade de se apaixonar, de se jogar num rio onde não sabe se irá conseguir nadar ou morrer afogado, mesmo assim ele não desiste, resiste, mas não dá.
Um dos maiores erros desse rapaz e um dos motivos dele estar na praça é que ele tem relacionamentos “anormais”, acho que ele está condicionado a ser substituto no amor. E pra falar a verdade quem não é? Nós sempre achamos que somos especiais para alguém, achamos que fazemos alguma diferença entre nós e os outros, mas quem te garante que você não está ali somente pra curar feridas, servindo como curativo para um coração machucado? Ele amou muito, ama e amará, porém se machuca demais. E pensando bem o amor é isso. Dar o seu melhor para que a pessoa cure sua mágoa, e que mais tarde alguém venha curar a sua. Porém ninguém jamais curou as mágoas desse rapaz, não curaram talvez por escolhas erradas que ele fez... Mesmo assim, aos poucos, ele se esquece de todos os socos e chutes que a vida lhe “ofereceu” sem pedir licença.
Por fim, esse tal moço que chorava na praça não era de nenhuma novela, nenhuma estória de amor mal resolvida, ele era de carne e osso, vida real mesmo. Entretanto mesmo com tantas dores algo nele gritava “Levanta, o amanhã vai ser melhor que o hoje, sempre, sempre.” Ele encontrava forças porque ele amava, e se orgulhava disso. E quer saber... Ele sempre amará demais, sem se importar se sofrerá ou não. Afinal, foi chorando que todos nós chegamos ao mundo.
Matheus P.Melgaço